Enquanto o estado de São Paulo lida com uma grave crise de saúde pública causada pela contaminação de bebidas com metanol — que já deixou vítimas fatais e gerou pânico entre a população — o governador Tarcísio de Freitas (Republicanos) tem voltado suas atenções para as articulações políticas em Brasília. Em vez de liderar uma resposta contundente à emergência estadual, Tarcísio priorizou movimentações nos bastidores da Câmara dos Deputados, deixando a população à espera de medidas concretas.
Nesta quarta-feira (9), o governador atuou ativamente para barrar a Medida Provisória 1303/2025, proposta pelo governo Lula (PT). A MP tinha como objetivo equilibrar as contas públicas até 2026, preservando áreas essenciais como saúde e educação. A atuação de Tarcísio foi estratégica, mas levantou questionamentos sobre sua ausência em um momento crítico no estado que governa.
A medida, apresentada em julho, previa ajustes tributários que evitariam o aumento do IOF, substituindo-o por uma tributação mais justa sobre setores que hoje pagam menos, como bancos, o agronegócio e as plataformas de apostas online. Ao se alinhar com os interesses desses setores para derrubar a proposta, Tarcísio se coloca no centro de um embate político que tem repercussões nacionais — mas também abre espaço para críticas sobre sua postura diante dos problemas urgentes de São Paulo.
Com a MP derrotada, o governo federal terá que encontrar novas fontes de compensação fiscal. Enquanto isso, Tarcísio continua sem apresentar um plano claro ou ações efetivas para conter a crise do metanol em seu estado. A escolha de onde colocar sua energia política neste momento levanta uma questão incômoda: qual é, de fato, a prioridade do governador?