A proposta de extinção da jornada de trabalho 6×1, ou seja, seis dias de trabalho para um dia de descanso, tem ganhado destaque nas redes sociais e nas discussões públicas, figurando entre os temas mais comentados no X (antigo Twitter). A iniciativa, lançada pela deputada Érica Hilton (PSOL-SP) por meio de uma Proposta de Emenda à Constituição (PEC), sugere uma mudança significativa nas normas trabalhistas, com potencial para impactar milhões de trabalhadores no país.
A proposta visa reduzir a carga horária semanal para 36 horas, instituindo uma jornada de quatro dias de trabalho e três dias de descanso, conhecida como modelo 4×3. A justificativa apresentada pela deputada destaca que essa adaptação segue uma tendência global em busca de modelos de trabalho mais flexíveis e adequados às novas dinâmicas do mercado. Segundo o texto, essa transição é vista como um caminho para melhorar a qualidade de vida dos trabalhadores, trazendo benefícios tanto para o bem-estar individual quanto para o convívio familiar.
A tramitação da PEC ainda está em estágio inicial, mas já conta com apoio expressivo dos trabalhadores e da população em geral. A proposta passa atualmente pela fase de coleta de assinaturas na Câmara dos Deputados, onde são necessários 171 apoios para que o texto avance para discussão no Congresso. De acordo com a assessoria de Érica Hilton, mais de 100 parlamentares já manifestaram seu apoio, sinalizando um forte interesse pela implementação desse novo modelo de jornada.
A proposta reforça que a redução da carga semanal para 36 horas deve ser feita sem diminuição salarial, preservando o poder de compra e a estabilidade econômica dos trabalhadores. Essa cláusula é considerada essencial, pois visa garantir que os trabalhadores e suas famílias não sejam prejudicados financeiramente pela mudança, além de promover um estímulo à economia, uma vez que trabalhadores mais satisfeitos tendem a consumir mais.
Além dos impactos sobre a qualidade de vida, estudos internacionais apontam que o modelo 4×3 pode trazer ganhos de produtividade. Um levantamento realizado em 2023 com 2,9 mil trabalhadores no Reino Unido, onde o formato já foi testado, revelou que 39% dos participantes relataram redução no estresse, enquanto 71% tiveram menos sintomas de burnout. As empresas também se beneficiaram, com redução na rotatividade de funcionários e um pequeno aumento de receita. Esses dados indicam que a proposta, se implementada no Brasil, pode ser vantajosa para trabalhadores e empregadores, fortalecendo um modelo de trabalho mais equilibrado e eficaz.