O Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil cresceu 1,4% no primeiro trimestre de 2025, em comparação com o trimestre anterior, com ajuste sazonal. O resultado, divulgado pelo IBGE e analisado pela Secretaria de Política Econômica (SPE) do Ministério da Fazenda, confirma uma trajetória de crescimento moderado da economia brasileira. Esse avanço foi impulsionado principalmente pela agropecuária, que teve alta expressiva de 12,2% no período. Apesar de ficar ligeiramente abaixo das projeções da SPE (1,6%) e da mediana do mercado (1,5%), o crescimento indica uma recuperação consistente, acompanhada de aumento nos investimentos e retomada gradual do consumo das famílias.

Pela ótica da demanda, a absorção doméstica teve papel central no desempenho da economia, contribuindo com 1,2 ponto percentual, compensando o impacto negativo do setor externo. O consumo das famílias avançou 1%, revertendo a queda do trimestre anterior, enquanto os investimentos — medidos pela formação bruta de capital fixo — cresceram 3,1%, completando seis trimestres consecutivos de alta. Por outro lado, o consumo do governo desacelerou de 0,5% para 0,1%. As exportações subiram 2,9%, enquanto as importações tiveram forte alta de 5,9%, o que reduziu a contribuição líquida do setor externo para o PIB. A taxa de investimento aumentou de 17,1% para 17,8% do PIB.

Sob a ótica da oferta, a agropecuária liderou o crescimento com seu desempenho robusto. O setor de serviços manteve ritmo moderado, com avanço de 0,3%, e a indústria recuou 0,1%, impactada pela queda na construção civil e na indústria de transformação. Na comparação com o mesmo período de 2024, o PIB cresceu 2,9%, impulsionado principalmente por uma safra recorde de grãos (soja, arroz e milho), que elevou a agropecuária em 10,2%. A indústria subiu 2,4% e os serviços 2,1%, ambos em desaceleração. Já o consumo das famílias cresceu 2,6%, o investimento subiu 9,1%, e as importações tiveram aumento expressivo de 14%, acima das exportações (1,2%).

No acumulado dos últimos quatro trimestres, o PIB brasileiro avançou 3,5%, sustentado pela recuperação da agropecuária (1,8%) e pelo bom desempenho da indústria (3,1%) e dos serviços (3,3%). O consumo das famílias e do governo apresentou desaceleração, enquanto o investimento continuou acelerando. Para o restante de 2025, a SPE mantém a projeção de crescimento em 2,4%, apoiada na resiliência do mercado de trabalho e no crédito. Com um carrego estatístico estimado em 1,8%, o desempenho do primeiro trimestre já fornece uma base sólida para o ano. No cenário internacional, o Brasil se destacou no G20, liderando o crescimento trimestral e figurando entre os três países com maior expansão tanto na comparação anual quanto no acumulado em quatro trimestres.