Nove deputadas federais protocolaram uma representação no Conselho de Ética do Senado contra o senador Plínio Valério (PSDB-AM) após sua declaração polêmica sobre ter “vontade de enforcar” a ministra do Meio Ambiente, Marina Silva (Rede). O pedido de cassação por quebra de decoro parlamentar foi apresentado na última quinta-feira, 20, e gerou forte repercussão dentro e fora do Congresso Nacional.

O documento argumenta que a fala do senador extrapola os limites da imunidade parlamentar, uma vez que não possui relação com sua atuação como representante do Amazonas, mas sim um evidente caráter de violência de gênero. A representação também é apoiada por Túlio Gadelha (PE), único deputado do partido de Marina Silva na Câmara dos Deputados.

Assinam a representação as deputadas Benedita da Silva (PT-RJ), Duda Salabert (PDT-MG), Enfermeira Ana Paula (Podemos-CE), Gisela Simona (União-MT), Jandira Feghali (PCdoB-RJ), Laura Carneiro (PSD-RJ), Maria Arraes (Solidariedade-PE), Tabata Amaral (PSB-SP) e Talíria Petrone (PSOL-RJ). Para elas, a fala de Plínio Valério não apenas agride a dignidade da ministra, mas também desqualifica o debate político ao incitar a violência.

Após a repercussão negativa, o senador afirmou não se arrepender da declaração, justificando que se tratava de uma “brincadeira”. No entanto, a fala recebeu uma reprimenda pública de Davi Alcolumbre (União-AP), presidente do Senado. Marina Silva também se manifestou, classificando o episódio como uma incitação à violência contra a mulher e declarando que “só psicopatas são capazes de fazer isso”. As deputadas esperam que o Conselho de Ética tome providências para assegurar a integridade do debate político e combater atitudes que promovam a violência de gênero.