A Defensoria Pública do Rio de Janeiro informou, na manhã desta quarta-feira (29), que o número de mortos após a megaoperação das forças de segurança nos complexos da Penha e do Alemão já ultrapassa 130 vítimas. Segundo o órgão, foram confirmados 132 mortos, sendo 128 civis e quatro policiais. O levantamento contrasta fortemente com o balanço oficial do governo do estado, que havia encerrado a operação, na terça-feira (28), informando 64 mortes e 81 prisões.
De acordo com a Defensoria, o novo número foi obtido a partir de informações repassadas por familiares e lideranças comunitárias das regiões afetadas. O órgão acompanha de perto a situação e cobra transparência das autoridades sobre a contagem oficial, que, segundo moradores, não reflete a real dimensão da tragédia.
Relatos de moradores e ativistas apontam que mais de 60 corpos foram retirados por civis de uma área de mata no Complexo da Penha, durante a madrugada. As cenas, descritas como de “horror”, mostram o desespero de famílias que tentam localizar parentes desaparecidos desde o início da operação.
Com mais de 24 horas de duração, a ação é considerada a mais letal da história do Rio de Janeiro, superando inclusive a chacina do Jacarezinho, registrada em 2021. O episódio reacende o debate sobre o modelo de segurança pública adotado no estado e levanta questionamentos sobre o uso excessivo da força e a ausência de políticas que priorizem a preservação da vida nas comunidades cariocas.









