A pesquisa Pulso Brasil-Ipespe, divulgada nesta quinta-feira (25), revelou um aumento significativo na desaprovação à Câmara dos Deputados, que atingiu 70% — um salto em relação aos 63% registrados em julho. O levantamento, publicado por Mônica Bergamo na Folha de S.Paulo, aponta que a queda na imagem da Casa está ligada à aprovação da chamada “PEC da Blindagem” e à reação de bolsonaristas contra a condenação do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). A aprovação da Câmara também caiu, passando de 24% para apenas 18%.

De acordo com o cientista político Antonio Lavareda, coordenador da pesquisa, o Congresso sofreu um “desgaste significativo” diante da repercussão negativa desses episódios. A rejeição ao órgão é ampla, inclusive entre eleitores de perfil mais alinhado à direita: 59% dos bolsonaristas e 58% dos que se declaram de direita desaprovam a atuação da Câmara. Entre os eleitores de Lula, esse índice chega a 77%.

Em contraste, a avaliação do Supremo Tribunal Federal (STF) apresentou melhora. Após o julgamento de Bolsonaro e de acusados de envolvimento em tentativa de golpe, a aprovação ao STF subiu de 43% para 46%, enquanto a desaprovação caiu de 49% para 44%. Ainda assim, a rejeição entre os bolsonaristas permanece extremamente alta, atingindo 93%, ao passo que 87% dos eleitores de Lula aprovam o trabalho da Corte.

O governo Lula também registrou avanço na opinião pública. A aprovação subiu de 43% para 50%, e a desaprovação recuou de 51% para 48%. O apoio ao governo é esmagador entre eleitores de esquerda (95%) e já supera a rejeição entre os de centro (49% a 45%). No eleitorado de direita, no entanto, a desaprovação permanece elevada, alcançando 88%. Por classe social, a gestão é melhor avaliada entre os mais pobres (52%) e a classe média (51%), enquanto enfrenta rejeição de 84% entre os mais ricos. Já o Senado apresentou leve oscilação positiva, com 26% de aprovação (um ponto a mais) e 59% de desaprovação (dois pontos a menos).