O governador da Bahia, Jerônimo Rodrigues (PT), voltou a cobrar publicamente um posicionamento do ex-prefeito de Salvador, ACM Neto (União Brasil), sobre a polêmica PEC da Blindagem, que tramita no Congresso com forte apoio de parte da bancada do União Brasil. Até agora, Neto mantém um silêncio calculado — postura que tem sido duramente criticada por aliados e adversários, especialmente diante da gravidade do tema, que ameaça a autonomia do Judiciário ao dificultar investigações contra parlamentares.
Durante seu podcast semanal, Jerônimo foi direto ao expor a omissão do seu possível adversário nas eleições de 2026. Para o governador, o silêncio de ACM Neto em relação à PEC é, no mínimo, “conivente” com um projeto que representa um retrocesso institucional. “Estou aguardando, inclusive, o posicionamento do ex-prefeito. Até agora ele não disse de que lado está. Se está com a população ou com os que querem se blindar da Justiça”, disparou.
Jerônimo ainda lembrou que deputados do União Brasil, partido de Neto, votaram favoravelmente à proposta, o que torna a ausência de resposta do ex-prefeito ainda mais desconfortável. “O partido dele está apoiando a PEC. Isso exige dele, enquanto liderança nacional, uma postura clara. O povo baiano tem o direito de saber se ele compactua com esse tipo de manobra”, disse o governador. A cobrança não é apenas política, mas moral — especialmente para quem se apresenta como renovação.
Em tom simbólico, o petista evocou um trecho marcante do Hino da Bahia: “Com tiranos não combinam brasileiros corações”. A referência reforça a crítica à tentativa de setores do Congresso de legislar em causa própria, e mira diretamente em figuras que, como ACM Neto, optam por se calar quando a coragem e a coerência deveriam falar mais alto. Em temas como esse, neutralidade não é opção — é cumplicidade.