O município de Una, no sul da Bahia, encerrou a gestão anterior com um déficit de R$ 1,1 milhão, segundo dados oficiais. No entanto, o Ministério Público ainda aguarda esclarecimentos sobre um repasse de R$ 500 mil em emenda parlamentar, destinado ao município pelo deputado Mário Negro Jr. em 2024. O valor foi creditado ainda durante a administração do ex-prefeito Thiago Bischenner (PP), que atualmente ocupa o cargo de chefe de gabinete da Prefeitura de Una.
De acordo com apuração do jornalista Mateus Oliver, o ex-gestor acumula uma série de irregularidades ao longo de seus dois mandatos. Entre as denúncias estão o descumprimento de ordens judiciais relacionadas ao desvio de função de servidores públicos, contratações ilegais na área da segurança municipal e um aumento superior a 300% no valor de multas pagas ao Tribunal de Contas dos Municípios da Bahia (TCM-BA), em comparação aos gestores que o antecederam nos últimos 27 anos.
Agora à frente da chefia de gabinete, Thiago Bischenner segue influente na administração municipal, o que tem sobrecarregado o atual prefeito, Rogério Borges (PP). Com as contas em desequilíbrio herdadas da gestão anterior, o novo gestor enfrenta dificuldades para quitar pendências da administração e realizar investimentos, especialmente na área da agricultura e infraestrutura rural — setor duramente criticado ao longo dos últimos anos.
Além de Una, outras cidades da região também estão sob investigação. Em novembro, o Ministério Público Federal (MPF) notificou 12 prefeituras baianas pela falta de transparência na aplicação de recursos oriundos das chamadas “emendas PIX”. No total, R$ 16,8 milhões foram repassados no primeiro semestre de 2024. Na mesma região, os municípios de Buerarema, Coaraci, Nova Canaã e Una receberam R$ 500 mil cada, enquanto Santa Luzia recebeu o dobro do valor.









