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Turismo rural em Ilhéus tenta florescer sob a sombra dos gargalos estruturais

Longe das praias mais badaladas do Nordeste, como Porto de Galinhas ou Maceió, Ilhéus, no sul da Bahia, tem apostado em um caminho alternativo para atrair visitantes: o turismo rural e de experiência. A cidade, berço da cacauicultura brasileira, quer transformar o cacau em motor de desenvolvimento regional. A principal iniciativa nesse sentido é a Rota do Chocolate, que oferece visitas a fazendas produtoras onde os turistas acompanham desde o cultivo no sistema cabruca — modelo agroflorestal tradicional — até a produção de chocolate artesanal e derivados, como nibs, suco e mel de cacau.

Apesar de sua rica tradição cultural e agrícola, Ilhéus ainda enfrenta desafios para se consolidar como destino turístico de destaque. Muitos turistas que desembarcam no aeroporto local seguem direto para cidades como Itacaré, Barra Grande ou Morro de São Paulo. O secretário de Turismo do município, Maurício Tavares, reconhece essa dificuldade e aponta que apenas 25% dos visitantes permanecem mais de dois dias na cidade. A estratégia, segundo ele, é posicionar a Costa do Cacau como um destino competitivo, tanto nacional quanto internacionalmente. Lugares como o Rio do Engenho, com suas ruínas históricas e belezas naturais, têm potencial turístico, mas carecem de infraestrutura e apoio profissional.

Além da rota do cacau, Ilhéus busca diversificar sua oferta com iniciativas como o avistamento de baleias e eventos culturais, como o Chocolat Festival, realizado em julho com apoio do governo estadual e da iniciativa privada. Para o secretário estadual de Turismo, Maurício Bacelar, associar o turismo à produção de chocolate é uma forma de manter o fluxo turístico durante todo o ano. No entanto, entraves logísticos e estruturais ainda freiam o avanço da cidade. O aeroporto, mesmo reformado, segue com limitações operacionais, e a ausência de um calendário anual de eventos e de informações turísticas acessíveis (como cardápios bilíngues ou funcionamento regular de atrações) são entraves apontados por profissionais do setor.

Apesar disso, há um consenso de que o turismo rural tem grande potencial de inclusão social e geração de renda. Cerca de 60% a 70% da produção de cacau local vem da agricultura familiar, em áreas preservadas da Mata Atlântica. O prefeito Valderico Reis Jr. destaca que a proposta é gerar valor baseado em conhecimento, e não apenas em volume de produção. Já Bacelar reforça que o turismo é uma atividade transversal: ao Estado cabe estruturar e promover, mas é o setor privado que transforma isso em experiência. Para Ilhéus, a chave pode estar em alinhar tradição, natureza e gestão eficiente — e, finalmente, fazer do cacau um passaporte para o futuro.

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