Durante entrevista a uma rádio local nesta sexta-feira (4), o prefeito de Gongogi (BA), Adriano Mendonça, causou polêmica ao revelar detalhes de sua tentativa de manter a aliança política com o vereador Tércio Enfermeiro (Republicanos). O prefeito admitiu ter resistido a uma recomendação do Ministério Público da Bahia (MP-BA), que solicitava a exoneração de Tércio de um cargo no hospital municipal, onde atuava sem ser concursado.
Segundo Adriano, sua intenção era manter o aliado político na função, mesmo diante da irregularidade apontada pelo MP. “Enfrentei o Ministério Público. Ele foi denunciado por não ser concursado e estava trabalhando no hospital. Disse que levaria o processo até a última instância, mas, como o promotor manteve a decisão, fui obrigado a tirá-lo de lá. Depois disso, ele mudou muito comigo”, relatou o gestor.
O prefeito também expôs supostos episódios de favorecimento envolvendo seu vice-prefeito, Nando. De acordo com Adriano, Nando teria arcado com despesas pessoais de Tércio para garantir seu apoio político. “Esse rapaz explorou demais o vice-prefeito. Pediu concreto para a laje da casa, e o vice foi lá, passou o cartão e pagou. Chegou a pedir até ajuda para quitar o imposto de renda, e o vice-prefeito tirou do próprio salário, sem me avisar”, contou.
As declarações chamaram atenção pela franqueza do prefeito ao admitir manobras políticas e resistência às orientações do Ministério Público. O caso reforça discussões sobre a mistura entre interesses políticos e a gestão da máquina pública, especialmente em cidades do interior.