Pela primeira vez na história do Brasil, o Supremo Tribunal Federal (STF) condenou um ex-presidente da República por tentativa de golpe de Estado. A ministra Cármen Lúcia formou maioria ao acompanhar os votos dos ministros Alexandre de Moraes e Flávio Dino, selando a condenação de Jair Bolsonaro pela tentativa de subverter a ordem democrática do país.
Durante o julgamento na Primeira Turma do STF, Moraes apontou Bolsonaro como o principal articulador da conspiração. Flávio Dino destacou a gravidade da atuação da organização criminosa, enquanto Cármen Lúcia consolidou o placar favorável à condenação, tornando a decisão praticamente irreversível. O único voto divergente até o momento foi o do ministro Luiz Fux. A manifestação de Cristiano Zanin ainda está pendente.
O julgamento representa um marco institucional e político. Bolsonaro se torna o primeiro ex-chefe de Estado brasileiro condenado por arquitetar uma tentativa de ruptura democrática. O caso ganha relevância internacional ao reforçar a resposta firme das instituições brasileiras diante de ameaças golpistas, em um contexto global de ataques à democracia.
A condenação de Bolsonaro simboliza não apenas a responsabilização de um líder da extrema-direita por seus atos, mas também uma declaração contundente do STF sobre a defesa do Estado Democrático de Direito. O veredito deve repercutir dentro e fora do país, evidenciando que tentativas de golpe não passarão impunes no Brasil.