A realização de um grande ato convocado pelo Movimento Nacional Mulheres Vivas para este domingo (7) na Avenida Paulista gerou tensão entre organizações sociais e o governo paulista, após a Polícia Militar informar que não garantirá policiamento durante a manifestação, marcada para denunciar o avanço dos feminicídios no país. Mesmo sem a presença da corporação, o movimento confirmou que manterá o protesto e afirmou que a mobilização é “inadiável diante da violência crescente contra as mulheres”.
Segundo a PM, o pedido de autorização para o ato foi protocolado fora do prazo previsto por decreto estadual, o que inviabilizaria o suporte operacional esperado. A justificativa, no entanto, tem sido contestada por parlamentares e entidades sociais, que classificam a decisão como um entrave burocrático usado para limitar um direito constitucional, especialmente em um momento de emergência nacional para a vida das mulheres.
A corporação também alegou que outro evento já estava previamente registrado para o mesmo horário: uma manifestação organizada por apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro, que pedem anistia para o político. O ato é articulado pelo vice-prefeito de São Paulo, coronel Mello Araújo (PL), e deve ocupar parte do mesmo trecho da Paulista, aumentando a disputa pelo espaço público.
Apesar do impasse, a coordenação do Movimento Mulheres Vivas afirmou que seguirá com o ato, enquanto realiza novas tentativas de diálogo com o comando local da PM. Para as organizadoras, recusar proteção policial a uma manifestação pacífica coloca vidas em risco e sinaliza um grave precedente para a garantia do direito de protesto no país.







