O deputado baiano Paulo Magalhães (PSD) voltou ao centro das atenções ao defender no plenário da Câmara seu relatório que recomenda a cassação do mandato do deputado Glauber Braga. Em sua fala, Magalhães insistiu que o parlamentar teria quebrado o decoro ao agredir um integrante do MBL nos corredores da Câmara. A condução do baiano, porém, levantou questionamentos: ele evitou ler o próprio relatório e limitou-se a uma defesa breve, pedindo diretamente sua aprovação.
A postura do deputado reacendeu debates sobre coerência e responsabilidade política. Magalhães foi um dos parlamentares da Bahia que votaram a favor da polêmica PEC da Blindagem, proposta amplamente criticada por ampliar o controle político sobre a autorização prévia para abertura de ações criminais contra deputados e senadores. Para muitos analistas, a PEC representava um retrocesso institucional e um enfraquecimento da fiscalização sobre a classe política, movimento que o deputado apoiou sem hesitação.
As críticas também se intensificaram pela forma como Magalhães tenta enquadrar Glauber Braga por “quebra de decoro”, enquanto carrega em sua trajetória episódios igualmente questionáveis. O parlamentar baiano já foi filmado desferindo socos e chutes contra um jornalista dentro da Câmara, e chegou a ser indiciado pela Polícia Federal na Operação Navalha, embora posteriormente absolvido. Para parte do público, a condução do relatório contra Glauber soa como um gesto marcado por contradição e falta de legitimidade moral.
Nas redes sociais do Foco na Bahia, seguidores questionaram diretamente o comportamento do deputado, apontando que sua atuação beira a hipocrisia ao condenar atitudes das quais ele mesmo já foi protagonista. Outros lembraram que Magalhães é uma figura influente dentro do PSD na Bahia, partido que reúne prefeitos aliados de diferentes espectros políticos. O episódio, segundo muitos leitores, expõe mais uma vez as disputas internas e a seletividade com que determinados parlamentares tratam temas de ética e decoro no Congresso.








