O prefeito de Salvador, Bruno Reis (União Brasil), comentou na manhã desta segunda-feira (24) a ausência de posicionamento público do ex-prefeito ACM Neto sobre a PEC da Blindagem — proposta que visa alterar a Constituição Federal para que parlamentares só possam responder a processos criminais mediante autorização prévia da respectiva Casa Legislativa. Pela proposta, a autorização dependeria de voto secreto da maioria absoluta dos membros da Câmara ou do Senado, em até 90 dias após notificação do Supremo Tribunal Federal (STF).
Bruno Reis minimizou a cobrança por uma declaração de ACM Neto, afirmando que o aliado está focado em questões locais e na sua pré-candidatura ao governo da Bahia. “ACM Neto não é deputado, não é parlamentar. Ele é pré-candidato ao governo. Está preocupado em buscar soluções para os problemas da Bahia, inclusive cobrando promessas de campanha que, faltando pouco mais de um ano para o fim do mandato, ainda não foram cumpridas pelo atual governador”, disse o prefeito durante a entrega da nova Escola Municipal Ailton Soares, no bairro de Cosme de Farias, que conta com 400 vagas, nove salas de aula, biblioteca, quadra poliesportiva e sala multiuso.
Do outro lado, o governador Jerônimo Rodrigues (PT) também cobrou publicamente um posicionamento de ACM Neto sobre a PEC da Blindagem. Durante seu podcast semanal, exibido na segunda-feira (22), o petista questionou: “Estou aguardando o posicionamento do ex-prefeito de Salvador, que até agora não disse de que lado está. Se ele é a favor dessa PEC. O partido dele está”, afirmou, em referência ao União Brasil, sigla que apoiou amplamente a proposta na votação da Câmara dos Deputados.
A PEC da Blindagem — que gerou grandes manifestações populares no último domingo (21) em várias cidades do país — foi aprovada com votos favoráveis da maioria da bancada do União Brasil, partido ao qual Bruno Reis e ACM Neto são filiados. A proposta tem sido amplamente criticada por juristas, movimentos sociais e parte da imprensa, por ser vista como um mecanismo que dificulta a responsabilização de parlamentares, enfraquecendo o combate à corrupção e a independência do Judiciário.