Embora atualmente faça parte da oposição em âmbito estadual, o PDT parece estar se distanciando do União Brasil.
Uma possível novidade pode fortalecer as pré-candidaturas de Adélia Pinheiro (PT) em Ilhéus e de Zé Neto (PT) em Feira de Santana. Os petistas buscam o apoio do PDT, que, apesar de fazer oposição ao governo de Jerônimo Rodrigues (PT), estaria aberto a dialogar com candidatos governistas nessas importantes cidades do interior baiano.
As campanhas de Zé Neto e Adélia Pinheiro são prioridades para o PT Bahia nas eleições de 2024. Ambas as candidaturas deverão receber recursos diretos da Executiva Nacional do partido, assim como os candidatos petistas em Barreiras (Tito Cordeiro), Camaçari (Luiz Caetano), Lauro de Freitas (Antonio Rosalvo), Vitória da Conquista (Waldenor Pereira) e, caso Isaac Carvalho se torne elegível, Juazeiro.
Segundo informações do Portal A TARDE, o PT viu uma oportunidade de se reaproximar do PDT após sinais de descontentamento dos trabalhistas com a liderança da oposição na Bahia, sob o comando do ex-prefeito de Salvador, ACM Neto (União Brasil). Sem aderir imediatamente ao governo Jerônimo, o PDT adotou uma postura mais independente.
O descontentamento do PDT com ACM Neto começou no início de abril, quando o ex-prefeito ajudou a tirar do partido a vereadora de Lauro de Freitas, Débora Régis, agora pré-candidata à prefeitura pelo União Brasil. Essa movimentação foi vista como uma traição pelo PDT, que deve manter uma posição neutra oficialmente nas eleições de Lauro de Freitas. No entanto, o presidente estadual do partido, deputado federal Félix Mendonça Jr. (PDT-BA), já afirmou que trabalhará pessoalmente pela eleição de Antonio Rosalvo (PT) para prefeito do município.
Em Feira de Santana, o PDT também foi preterido. O partido esperava indicar o vice na chapa de Zé Ronaldo (União Brasil), mas foi substituído pelo deputado estadual Pablo Roberto (PSDB). Pablo, que tinha pré-candidatura própria, desistiu após articulação de ACM Neto para ocupar a vice. A ideia é que Zé Ronaldo, se eleito, renuncie em 2026 para integrar a chapa majoritária com o ex-prefeito de Salvador, deixando a prefeitura para Pablo Roberto. O PDT esperava estar nessa posição, com a possibilidade de assumir o comando do segundo maior município da Bahia.
Em Ilhéus, o vereador Augustão (PDT) é o pré-candidato trabalhista à prefeitura. Ele era filiado ao PT, mas deixou o partido para viabilizar sua candidatura após os petistas decidirem lançar Adélia. O PT avalia que Augustão não conseguirá apoio suficiente para tornar sua candidatura competitiva, abrindo espaço para uma composição. O posto de vice na chapa de Adélia pode ser negociado tanto com o PDT quanto com o PSB, liderado em Ilhéus pelo vice-prefeito Bebeto Galvão.
Procurado pelo Portal A TARDE, o presidente estadual do PDT, Félix Mendonça Jr., afirmou que a decisão sobre uma possível composição em Ilhéus caberá a Augustão, que tem total independência para construir acordos na cidade.
“Hoje, temos a pré-candidatura de Augustão em Ilhéus. E será ele a decidir. Se mantiver seu nome, terá nosso total suporte. Se decidir compor, também não nos oporemos”, garantiu Félix.