O governo dos Estados Unidos, sob a presidência de Donald Trump, anunciou nesta quarta-feira (13) a revogação dos vistos de Mozart Júlio Tabosa Sales, secretário de Atenção Especializada à Saúde do Brasil, e de Alberto Kleiman, ex-integrante do governo brasileiro e atual diretor da Organização do Tratado de Cooperação Amazônica (OTCA) para a COP 30. A medida foi tornada pública pelo secretário de Estado americano, Marco Rubio.
Segundo Rubio, a decisão está relacionada à atuação de ambos no programa Mais Médicos, que ele classificou como “um golpe diplomático inconcebível”. O governo americano acusa autoridades cubanas de explorar profissionais de saúde e privar populações de cuidados essenciais. De acordo com Washington, Sales e Kleiman teriam utilizado a Organização Pan-Americana da Saúde (Opas) para intermediar a contratação de médicos cubanos, contornando sanções impostas pelos EUA a Cuba e repassando recursos ao governo cubano.
O Mais Médicos foi criado em 2013, durante o governo da então presidente Dilma Rousseff, com o objetivo de ampliar a oferta de médicos em regiões carentes, inclusive por meio da cooperação com Cuba. Após o fim da participação cubana em 2018, o programa foi relançado em 2023 pela atual gestão federal e conta hoje com cerca de 24,7 mil médicos atuando em 4,2 mil municípios brasileiros.
A revogação dos vistos de Sales e Kleiman se soma a uma série de sanções recentes adotadas pela Casa Branca contra autoridades brasileiras. Em julho, os EUA também suspenderam os vistos de nove ministros do Supremo Tribunal Federal (STF), incluindo Alexandre de Moraes, Luís Roberto Barroso e Edson Fachin, além do procurador-geral da República, Paulo Gonet. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva repudiou as ações, classificando-as como arbitrárias e uma afronta à soberania nacional.









