A comunidade próxima ao Riacho do Meio, na área urbana de Dário Meira, enfrenta desafios contínuos devido às recorrentes inundações causadas por fortes chuvas. O sofrimento dos moradores é agravado pela sensação de abandono e pelas promessas não cumpridas de realocação. Atualmente, 53 casas estão sendo construídas, um número insuficiente e que teria beneficiado algumas pessoas de forma desigual.
No final de janeiro deste ano, a região foi novamente afetada por inundações, causando grandes prejuízos às residências e bens dos habitantes. Este episódio trouxe à tona memórias dolorosas da maior inundação já registrada na cidade, entre dezembro de 2021 e janeiro de 2022, quando cerca de 90% dos moradores foram gravemente afetados. Dezenas de moradores expressaram insatisfação com a falta de cumprimento das promessas feitas pelo então governador Rui Costa, que havia garantido a construção de novas casas para os afetados. Quase três anos depois, muitos ainda aguardam as novas moradias, vivendo com medo constante a cada previsão de chuva intensa.

Segundo nossa reportagem, a atual gestão do Governo do Estado entregará pouco mais de cinquenta casas, número claramente insuficiente frente à quantidade de famílias necessitadas. Isso tem gerado frustração e um sentimento de impotência entre os moradores, que se sentem desamparados e apontam que a seleção dos beneficiários não foi justa. Vídeos compartilhados nas redes sociais mostram a indignação daqueles não contemplados na seleção do Cras.

Procurada pelo GIRO, a Secretária de Ação Social do Município, Ana Luísa, destacou a complexidade e os critérios envolvidos na seleção dos beneficiários. “As unidades habitacionais que serão entregues foram concedidas para Dário Meira sob intermédio da Conder e seguimos os critérios estabelecidos por este órgão. Na época da enchente de 2021, foram realizadas visitas técnicas dos bombeiros para identificar situações de risco. Muitas famílias abriram mão das residências, permitindo substituições com base na vulnerabilidade socioeconômica. Infelizmente, só foram concedidas 53 casas, número insuficiente para a necessidade do município. Vale ressaltar que algumas famílias não contempladas já foram cadastradas em programas habitacionais anteriores, gerando impedimentos pela Conder. Todo o processo foi validado pela equipe estadual”, afirmou Ana Luiza.

Os moradores esperam que o governo revise o projeto de construção das novas moradias, ampliando o número de unidades para atender mais famílias em áreas de risco. Em fevereiro deste ano, a Prefeitura Municipal realizou uma Audiência Pública com a presença da comunidade, autoridades políticas e representantes do governo. Um engenheiro da Conder informou que há um projeto de drenagem do rio para evitar novas inundações, que depende do apoio do Governo Federal através do PAC.