O médico Antônio Mangabeira, de Itabuna, no sul da Bahia, enfrentou uma derrota judicial ao tentar censurar postagens feitas pela advogada Úrsula Catarine nas redes sociais. A advogada compartilhou informações sobre denúncias de assédio sexual apresentadas por várias mulheres contra o médico.
Antônio Mangabeira, que já concorreu a deputado estadual e a prefeito, solicitou uma tutela de urgência para a remoção das postagens, alegando que o conteúdo prejudicava sua reputação. No entanto, o juiz André Britto negou o pedido, afirmando que os documentos apresentados não demonstravam que o conteúdo das postagens ultrapassava os limites da liberdade de expressão a ponto de configurar abuso. Britto acrescentou que impedir a publicação de críticas seria contrário aos princípios democráticos, destacando que as postagens tratavam de investigações e acusações, e que o direito à crítica, especialmente em temas de interesse público, é essencial para o debate democrático.
O caso ganhou notoriedade na última terça-feira (9), quando uma mulher acionou a polícia durante uma consulta com Mangabeira, alegando ter sofrido assédio sexual. Ela registrou um Boletim de Ocorrência (BO) na delegacia local. Com a repercussão, mais mulheres apresentaram denúncias contra o médico. Segundo a Polícia Civil, atualmente 21 mulheres fizeram acusações contra Mangabeira. Em resposta, a defesa do médico negou veementemente as alegações, alegando que ele é alvo de uma campanha difamatória.