O governo Lula (PT) alcançou a marca de R$ 8,28 bilhões em pagamentos de emendas em dezembro, com R$ 3,28 bilhões ainda empenhados. O empenho é a primeira fase do processo de execução de recursos, reservando verbas para ações específicas. Após meses de discussões e crises envolvendo os três Poderes sobre os critérios e a transparência nos repasses, a liberação das emendas foi retomada no final do ano.
Entre os beneficiados pelas emendas individuais, os maiores valores foram destinados a parlamentares bolsonaristas. O líder de pagamentos foi Luiz Carlos Heinze (PP-RS), seguido por Rogério Marinho (PL-RN) e Ciro Nogueira (PP-PI), todos ex-ministros de Jair Bolsonaro. Outros dois ex-ministros do governo Bolsonaro, Marcos Pontes (PL-SP) e Damares Alves (Republicanos-DF), também figuram no top 10 de maiores valores recebidos.
Apesar dos pagamentos significativos, os R$ 8,28 bilhões ajudam a apaziguar as tensões com o Congresso, mas ainda não são suficientes para atender às demandas do Centrão. Para garantir apoio, o governo prometeu liberar recursos adicionais em troca da aprovação de um pacote de cortes de gastos. Os emissários do Executivo receberam autorização para oferecer R$ 5 milhões para deputados e R$ 12 milhões para senadores.
Esses recursos adicionais serão repassados por meio da rubrica RP2, destinada a despesas discricionárias, como ações de custeio na área da saúde. No entanto, as verbas só devem ser efetivamente empenhadas em 2025, sinalizando que o governo busca criar uma base de apoio robusta para os próximos desafios legislativos.
