O ex-deputado estadual Marcell Moraes, conhecido também por ser apoiador declarado de ACM Neto, foi preso em flagrante na noite de sexta-feira (12), após agredir brutalmente e ameaçar de morte uma mulher no condomínio de luxo Porto Trapiche, no bairro do Comércio, em Salvador. Segundo informações, durante as agressões, Marcell ainda arremessou o celular da vítima ao mar, numa tentativa clara de impedir que ela pedisse ajuda. A prisão foi realizada por equipes da 16ª CIPM, que relataram resistência por parte do ex-parlamentar antes de conduzi-lo à Casa da Mulher Brasileira, onde foi autuado.
De acordo com o site Alô Juca, em uma tentativa desesperada de evitar o registro da ocorrência, Marcell Moraes chegou a transferir R$ 25 mil para a conta da vítima. A mulher, no entanto, recusou o dinheiro e manteve a denúncia, demonstrando coragem diante da tentativa de intimidação. O episódio reforça a gravidade do caso e expõe uma postura recorrente de quem acredita que pode usar poder ou dinheiro para escapar das consequências de seus atos.
A prisão desta sexta-feira não representa um fato isolado. Marcell Moraes, ex-deputado cassado, acumula um histórico extenso de denúncias e processos judiciais, incluindo acusações de calúnia, difamação e, sobretudo, violência contra mulheres. Um dos episódios mais emblemáticos envolve a própria irmã, a vereadora Marcelle Moraes, que precisou recorrer à Justiça e obteve medidas protetivas com base na Lei Maria da Penha, diante de relatos de comportamento agressivo, controlador e de violência psicológica reiterada.
Outros casos também vieram a público ao longo dos anos. A ex-vereadora Ana Rita Tavares afirmou que quase foi agredida por Marcell em 2013, durante uma reunião partidária, sendo contida por terceiros, entre eles a então vice-prefeita Célia Sacramento. Em 2017, uma agente da Prefeitura de Salvador também o acusou de agressão. A sequência de denúncias evidencia um padrão de comportamento violento, reforçando a urgência de responsabilização efetiva e de um posicionamento firme da sociedade contra qualquer forma de agressão às mulheres. O caso reacende o debate sobre impunidade e a necessidade de tolerância zero à violência de gênero.








