Na terça-feira (30), um prédio histórico desabou na Avenida Dois de Julho, no Centro de Ilhéus, deixando uma marca de perda na cidade. O imóvel, construído no início do século passado para abrigar a Sociedade União Protetora dos Artistas e Operários, é parte integrante da narrativa urbana da região e até mesmo mencionado no romance “Gabriela”, de Jorge Amado, que retrata o desenvolvimento da cidade.
Ao longo de sua história, o edifício desempenhou diversos papéis na comunidade. Nos anos 1980, abrigou a rádio Bahiana AM, e nos anos 1990, o andar superior foi ocupado pela academia de capoeira Ilhéus Show, sob a liderança do mestre Luis Martone, conhecido como Luis Capeta. Paralelamente, um corredor lateral abrigava uma fábrica de casquinhas de sorvete, um bar, restaurante e uma pizzaria, contribuindo para a diversidade de atividades no local.
Com o desmoronamento do prédio, uma parte significativa da história de Ilhéus se perde, representando não apenas a ruína física do edifício, mas também a memória coletiva da comunidade. Atualmente abandonado e ocupado por moradores de rua, o prédio sucumbiu, deixando ainda incertezas sobre a presença de feridos ou vítimas do incidente.