O presidente nacional do União Brasil, Antônio Rueda, foi citado nas investigações da Operação Carbono Oculto, deflagrada para desarticular o esquema de infiltração do Primeiro Comando da Capital (PCC) nos setores financeiro e de combustíveis. De acordo com a Polícia Federal, Rueda estaria ligado à posse oculta de jatos executivos registrados em nome de terceiros e fundos de investimento. A informação foi revelada pelo portal Metrópoles e adiciona uma nova camada de complexidade às apurações.
As aeronaves em questão são operadas pela empresa Táxi Aéreo Piracicaba (TAP), que também era utilizada por dois dos principais alvos da Carbono Oculto: Roberto Augusto Leme da Silva, conhecido como “Beto Louco”, e Mohamad Hussein Mourad, o “Primo”, proprietário da refinaria Copape. Entre os jatos investigados está o Cessna 560XL (matrícula PR-LPG), registrado em nome da Magik Aviation, que tem o mesmo presidente do fundo Bariloche Participações S.A., sediado no bairro do Itaim Bibi, em São Paulo.
O Bariloche Participações pertence aos empresários do setor de mineração Haroldo Augusto Filho e Valdoir Slapak, ambos alvos de mandados de busca e apreensão na Operação Sisamnes, que investiga a suposta venda de sentenças no Superior Tribunal de Justiça (STJ). O fundo conta com aportes do fundo Viena, administrado pela Genial Investimentos, também citada na Carbono Oculto. Segundo a PF, o fundo Viena tem características de um “fundo caixa-preta”, estrutura comumente usada para esconder patrimônio e dificultar o rastreamento de ativos.
Além do Cessna 560XL, outras aeronaves relacionadas à investigação incluem um Cessna 525A, um Raytheon R390 e um Gulfstream G200. A documentação da Agência Nacional de Aviação Civil (ANAC) revela que o Raytheon está em nome de um dirigente partidário do Republicanos no Ceará, indicando possíveis ramificações políticas ainda não completamente esclarecidas. A Operação Carbono Oculto, lançada em agosto deste ano pelo Ministério Público de São Paulo, junto à PF e à Receita Federal, investiga um esquema bilionário de lavagem de dinheiro por meio da cadeia de combustíveis e o uso de fundos obscuros para movimentar recursos supostamente ligados ao crime organizado.