As exportações brasileiras de carne bovina in natura apresentaram resultados contrastantes em agosto de 2025, refletindo mudanças importantes nos principais mercados consumidores. De acordo com dados da Secretaria de Comércio Exterior (Secex), divulgados em 4 de setembro, enquanto as vendas para os Estados Unidos caíram de forma significativa, os embarques para a China registraram forte expansão.
As receitas provenientes das exportações aos EUA totalizaram US$ 37,6 milhões no mês, uma queda de 46,2% em comparação com agosto de 2024 — o que representa uma perda de US$ 32,3 milhões. Em sentido oposto, a China impulsionou os resultados do setor ao adquirir US$ 887,4 milhões em carne bovina brasileira, um aumento expressivo de 89,8% na mesma base de comparação, equivalente a um acréscimo de US$ 419,9 milhões.
Outro movimento relevante foi a expansão acelerada das exportações para o México, estimulada pelas tarifas impostas pelos Estados Unidos sobre produtos brasileiros. Em apenas seis meses, o volume exportado ao mercado mexicano saltou de 3,1 mil toneladas em janeiro para 16,2 mil toneladas em junho — um crescimento impressionante de 423%.
No recorte de 1º a 28 de julho, o México já havia superado os Estados Unidos em valor de importações de carne bovina brasileira, com compras de US$ 69 milhões, contra US$ 68,7 milhões dos norte-americanos. Em termos de volume, os dois países ficaram praticamente empatados: 12,1 mil toneladas destinadas ao México e 12,3 mil aos EUA, sinalizando uma possível reconfiguração dos principais destinos da carne brasileira.