O documentário Caminhada Tupinambá de Olivença: Memória e Resistência chega em 2025 como um grito de força, ancestralidade e justiça histórica. A produção revisita o massacre de 1559 — um dos maiores das Américas — e mergulha na luta atual do povo Tupinambá pelo reconhecimento de seu território tradicional. A obra também marca a volta ao Brasil do Manto Tupinambá, símbolo espiritual e político de reconexão com os ancestrais.
A narrativa tem como protagonista a baiana Maria Valdelice Amaral, mais conhecida como Cacique Jamopoty, a primeira mulher a se tornar cacique no Nordeste. Ela lidera 14 aldeias e é referência na articulação do movimento indígena. As gravações aconteceram na Aldeia Itapuã, no sul da Bahia, e no Rio de Janeiro, onde o manto foi recebido com emoção. O documentário propõe uma imersão nos rituais, nas paisagens e nas vozes vivas do povo Tupinambá.
Com exibições previstas em festivais, plataformas digitais e sessões comunitárias, a produção também investe em formação para jovens indígenas, oferecendo oficinas de audiovisual como ferramenta de expressão e valorização cultural. “Não queremos só lembrar o passado. Queremos garantir que ele seja contado com verdade e respeito. Caminhar é afirmar que existimos”, afirma a Cacique Valdelice.

A pesquisa é assinada por Jade Alcântara Lôbo, doutoranda da UFSC com passagem por Harvard. A direção geral é da própria Cacique Valdelice, com co-direção de Maurício Galvão (Rede Amo), Arivaldo Publio (Ser Tão Filmes) e Jade Lobo. Caminhada Tupinambá de Olivença é, acima de tudo, um manifesto pela escuta, pela empatia e pelo respeito aos povos originários da Bahia e do Brasil.
