Um artigo de opinião publicado nesta sexta-feira (12) no jornal norte-americano The New York Times destacou que o Brasil alcançou êxito onde os Estados Unidos fracassaram: ao responsabilizar judicialmente o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) por sua tentativa de golpe de Estado. O texto é assinado pelos renomados acadêmicos Steven Levitsky, autor de Como as Democracias Morrem e professor de Harvard, e Filipe Campante, professor da Universidade Johns Hopkins.
Os autores comparam diretamente os casos de Bolsonaro e Donald Trump, apontando que ambos adotaram posturas autoritárias e atacaram instituições democráticas após serem derrotados nas urnas. No entanto, diferentemente dos EUA — onde Trump não só escapou de punições como retornou à presidência — o Supremo Tribunal Federal do Brasil agiu com firmeza ao julgar e condenar Bolsonaro, demonstrando um compromisso mais sólido com a preservação do Estado de Direito.
Levitsky e Campante argumentam que os Estados Unidos fracassaram em proteger sua democracia, citando os dois processos de impeachment malsucedidos contra Trump. Eles classificam o segundo mandato do republicano como “abertamente autoritário” e ressaltam que o retorno de Trump ao poder representa um retrocesso preocupante. Nesse contexto, o Brasil se destacou por não se omitir e responsabilizar seu ex-líder por crimes graves contra a ordem democrática.
O artigo também criticou duramente a tentativa do governo americano de retaliar autoridades brasileiras envolvidas no julgamento, como o ministro Alexandre de Moraes. “Na prática, os EUA estão punindo os brasileiros por fazerem o que os americanos deveriam ter feito: responsabilizar um ex-presidente por tentar subverter uma eleição”, escreveram. A decisão histórica do STF, que condenou Bolsonaro a 27 anos e 3 meses de prisão, repercutiu na imprensa internacional, especialmente pelas provas contundentes e pela gravidade do plano golpista, que incluía até o assassinato de líderes como Lula, Alckmin e Moraes.









