O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, foi uma ausência notável na reunião entre o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, os ministros Alexandre Silveira (Minas e Energia) e Rui Costa (Casa Civil), além da presidente da Petrobras, Magda Chambriard. O encontro, realizado para discutir questões ligadas aos combustíveis, gerou estranheza entre executivos da Petrobras devido à ausência de Haddad, principalmente considerando o impacto econômico das decisões. A ausência do ministro foi interpretada por alguns como um indicativo de que a pauta teve forte viés político, priorizando a popularidade e o controle inflacionário, em detrimento de análises econômicas mais amplas.
De acordo com fontes, uma eventual contenção artificial dos preços dos combustíveis poderia trazer resultados ilusórios para a Petrobras. Embora a estatal pudesse aumentar sua participação no mercado, empresas privadas que importam combustíveis perderiam competitividade, enfraquecendo a concorrência. Esse cenário acendeu alertas entre especialistas do setor, que veem riscos à sustentabilidade do mercado a longo prazo.
Na próxima quarta-feira (29), Magda Chambriard apresentará os números da gestão da Petrobras ao Conselho de Administração. É esperado que o conselho discuta a viabilidade de reajustes e a manutenção da atual política de preços. A Petrobras, que não reajusta os preços do diesel há mais de um ano e só alterou o preço da gasolina uma vez desde julho do ano passado, enfrenta pressão crescente para alinhar seus valores ao mercado internacional.
Segundo a Associação Brasileira dos Importadores de Combustíveis (Abicom), a gasolina está 14% abaixo do preço de paridade internacional, enquanto o diesel apresenta uma defasagem ainda maior, de 27%. Caso seja feito um reajuste para corrigir essa diferença, o preço do diesel poderia subir R$ 0,94, gerando impactos significativos tanto para os consumidores quanto para a cadeia de transporte e logística.