Durante a estreia de seu novo filme O Agente Secreto, no Recife, na última quarta-feira (10/09), o ator Wagner Moura fez declarações contundentes sobre o cenário político brasileiro e norte-americano. Ele afirmou que os Estados Unidos demonstram “quase uma inveja” do Brasil ao acompanhar o julgamento do ex-presidente Jair Bolsonaro e de outros sete integrantes de seu governo, condenados por tentativa de golpe de Estado.
Recebido com entusiasmo por fãs, com aplausos e gritos semelhantes aos de uma final de Copa do Mundo, Moura comparou a atuação das instituições brasileiras ao que presenciou nos Estados Unidos após a derrota de Donald Trump nas eleições de 2020. “Enquanto vemos as instituições funcionando e crimes contra a democracia sendo julgados, nos festivais norte-americanos sentíamos a tristeza dos americanos”, relatou em entrevista à BBC News Brasil.
Morando há sete anos em Los Angeles, o ator também criticou duramente a política migratória adotada durante o governo Trump. Segundo ele, a realidade enfrentada por muitos imigrantes ilegais nos EUA é alarmante. “Conheço muitos imigrantes em situação irregular. Em Los Angeles, é comum ver latinos vivendo com medo constante de serem abordados e deportados por conta da cor da pele ou do sotaque”, afirmou.
Para Moura, o cenário revela tendências autoritárias preocupantes nos Estados Unidos, especialmente em relação à repressão de minorias e ao enfraquecimento das garantias democráticas. O ator, conhecido por seu ativismo político, reforçou a importância de manter vigilância sobre governos autoritários e destacou o papel da arte e da cultura na defesa da democracia.