Na última terça-feira (19), uma moradora de Itapitanga participou de uma audiência no Ministério Público de Coaraci para relatar a dificuldade que enfrenta para obter medicamentos essenciais ao tratamento de seu filho, uma criança autista com diagnóstico também de Doença de Crohn. Durante a reunião, o secretário de Saúde de Itapitanga afirmou que o município não teria condições de fornecer os remédios, recomendando que a mãe recorresse à Justiça para garantir o acesso ao tratamento.
O caso gerou grande repercussão após vir à tona, especialmente diante de denúncias recentes feitas pela ex-candidata a prefeita Joanice, que apontou possíveis irregularidades nas licitações da Prefeitura para aquisição de medicamentos. Segundo ela, os valores registrados em atas de compras seriam incompatíveis com a realidade financeira e estrutural do município. Itapitanga, com população e rede básica de saúde limitadas, estaria movimentando cifras milionárias que levantam questionamentos sobre a destinação dos recursos públicos.
A situação evidencia um contraste preocupante: de um lado, famílias enfrentam dificuldades para conseguir medicamentos básicos; de outro, a gestão municipal aparece envolvida em transações suspeitas de superfaturamento. A postura do secretário de Saúde também chama atenção — em vez de buscar uma solução para o problema relatado pela moradora, ele teria acionado judicialmente a cidadã por expressar publicamente sua indignação.
Diante das denúncias e da crescente insatisfação popular, a população aguarda um posicionamento oficial da prefeita Glis Dória. Até o momento, a gestora não se manifestou publicamente sobre o caso nem sobre as suspeitas envolvendo a compra de medicamentos. A falta de resposta reforça o clima de insegurança e desconfiança em relação à condução da saúde pública no município.