Mensagens trocadas entre Jair Bolsonaro e seu filho Eduardo Bolsonaro, no dia 17 de julho, revelam um conflito familiar de tom grosseiro e agressivo, após declarações do ex-presidente ao portal Poder360. Na entrevista, Bolsonaro classificou o filho como “imaturo” ao comentar as críticas de Eduardo ao governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos). O episódio expôs uma tensão interna no clã bolsonarista, cujas divergências têm se tornado públicas e cada vez mais ruidosas.

Em resposta à fala do pai, Eduardo Bolsonaro disparou mensagens em tom explosivo e recheadas de palavrões. “Eu ia deixar de lado a história do Tarcísio, mas graças aos elogios que você fez a mim no Poder360 estou pensando seriamente em dar mais uma porrada nele, pra ver se você aprende. VTNC, seu ingrato do caralh*!”, escreveu. O deputado federal demonstrou forte irritação, reclamando ainda da falta de apoio do pai: “Me fudendo aqui! Você ainda te ajuda a se fuder aí!”.

A troca continuou com Eduardo elevando ainda mais o tom: “Se o IMATURO do seu filho de 40 anos não puder encontrar com os caras aqui, PORQUE VOCÊ ME JOGA PRA BAIXO, quem vai se fuder é você e vai decretar o resto da minha vida nesta porra aqui. TENHA RESPONSABILIDADE”. A verborragia violenta e a falta de qualquer resquício de civilidade ou respeito entre pai e filho chocam não só pelo conteúdo, mas também pelo contraste com a imagem pública que ambos tentam cultivar, marcada por discursos de moral, família e religiosidade.

Diante desse espetáculo de grosseria explícita, fica a pergunta: são esses os homens que se apresentam como defensores da fé, dos bons costumes e da moral cristã? A incoerência entre o discurso religioso e as atitudes privadas levanta dúvidas legítimas sobre a autenticidade de suas convicções. Quando até o diálogo familiar se transforma em um campo de batalha repleto de insultos, resta questionar se essa é a face real dos que pregam valores conservadores – ou se estamos apenas diante de mais uma encenação de conveniência política.