A imagem de ACM Neto como um político distante das necessidades do povo baiano tem gerado desconforto entre seus aliados, principalmente nas viagens ao interior do estado. O episódio mais recente ocorreu em Itabuna, quando Neto chegou à cidade de blazer e em um carro avaliado em mais de R$ 1 milhão. Isso gerou críticas não só da população local, mas também de sua base política, destacando um claro distanciamento entre o ex-prefeito e a realidade de muitos baianos. Em meio à insatisfação, um comunicador local questionou: “Será que o marketing vai conseguir reverter esse cenário?”

Na capital, a disparidade entre o patrimônio de Neto e as condições da população tende a ser “relativizada” devido ao seu histórico político. No interior, no entanto, esse contraste é ainda mais impactante, levando a um sentimento de exclusão entre as pessoas que vivem em condições muito diferentes do padrão das grandes cidades. Para muitos, Neto repete erros da campanha de 2022, quando deixou de focar nas questões urgentes da população mais pobre, especialmente a fome.

Essa desconexão não é só uma percepção do público, mas também um tema crescente dentro de sua base política. Após dois anos das últimas eleições, a principal dúvida que seus aliados mais próximos têm é: até quando Neto continuará essa linha de comunicação? Embora haja pressão por mudanças, até agora pouco foi feito para corrigir o curso. Mesmo entre seus apoiadores, a sensação é de que a estratégia atual não está funcionando.

A questão agora é se ACM Neto conseguirá alinhar sua imagem e discurso com as expectativas de seu eleitorado, em um cenário que exige maior proximidade com as realidades dos baianos mais pobres. Para muitos, não se trata mais apenas de marketing, mas de uma mudança genuína na forma como ele se comunica com o estado, dando atenção real às necessidades daqueles que ainda estão à margem da política pública. O tempo está se esgotando, e a pressão só aumenta.