A Justiça do Rio de Janeiro aceitou a denúncia do Ministério Público contra o ex-jogador do Vasco da Gama, Dimitri Payet, que agora se torna réu por violência psicológica contra a advogada Larissa Ferrari. A decisão foi proferida na última sexta-feira (25) pelo juiz Alexandre Abrahão Dias Teixeira, do VII Juizado de Violência Doméstica e Familiar Contra a Mulher.
Segundo o Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro (MPRJ), o ex-atleta teria adotado condutas que visavam causar danos emocionais à vítima, utilizando expressões humilhantes, manipulação e atitudes degradantes. O relacionamento entre Payet e Larissa Ferrari, que durou entre agosto de 2024 e março de 2025, teria sido marcado por episódios de violência psicológica, conforme apontam os autos. Larissa relatou, inclusive, ter sido levada a se submeter a atos humilhantes a mando do jogador.
O caso, inicialmente arquivado, foi reaberto após recurso apresentado pela defesa da advogada, representada pelo escritório Jorge Vacite Neto Advogados. A denúncia foi então aceita pela Justiça, que entendeu haver elementos suficientes para o prosseguimento da ação penal. O processo tramita sob segredo de Justiça.
Larissa Ferrari, que tem se destacado pela coragem e firmeza diante da situação, tornou-se símbolo de resistência ao expor publicamente a violência sofrida, mesmo diante do poder e da visibilidade do acusado. Sua atuação firme, tanto como vítima quanto como profissional do Direito, vem recebendo apoio de movimentos que lutam contra a violência de gênero e pela proteção das mulheres.
Em nota, a defesa da advogada celebrou a decisão judicial e afirmou confiar na responsabilização do acusado: “O recebimento da denúncia representa um passo importante na busca por justiça. Estamos confiantes de que a verdade será reconhecida no decorrer do processo”.
Dimitri Payet confirmou à imprensa o relacionamento extraconjugal com Larissa, mas negou as acusações de agressão, alegando que todas as interações teriam sido consensuais.
O caso ganhou repercussão em março de 2025, quando Larissa Ferrari registrou boletins de ocorrência na Delegacia de Atendimento à Mulher (Deam) de Jacarepaguá, no Rio, e na Delegacia da Mulher de União da Vitória, no Paraná — sua cidade natal.