Um estudo do Nemea-Cedeplar, da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), projeta impactos significativos caso entre em vigor, no dia 1º de agosto, a tarifa de 50% imposta por Donald Trump sobre produtos brasileiros. Segundo a análise, publicada por Jamil Chade no UOL, a medida pode provocar uma redução de R$ 19,2 bilhões no PIB do Brasil, equivalente a uma queda de 0,16% na economia nacional.
O impacto sobre o emprego também seria expressivo: o país poderia perder cerca de 110 mil postos de trabalho. Os setores mais afetados seriam o agropecuário, com 40 mil vagas a menos, seguido pelo comércio (31 mil) e pela indústria (26 mil). As exportações brasileiras cairiam R$ 52 bilhões, enquanto as importações recuariam R$ 33 bilhões. Entre os produtos mais prejudicados estão tratores, aeronaves, carnes de aves e suínos, além de artigos têxteis.
No recorte estadual, São Paulo seria o mais impactado economicamente, com perdas estimadas em R$ 4,4 bilhões. Em seguida vêm Rio Grande do Sul, Paraná, Santa Catarina e Minas Gerais, todos com forte presença nos setores atingidos pelas tarifas. O estudo evidencia como as consequências vão além das fronteiras do agronegócio e afetam a cadeia produtiva como um todo.
O efeito da tarifa também se espalharia pela economia global: a previsão é de uma retração de 0,12% no PIB mundial e uma perda de US$ 483 bilhões no comércio internacional. Até os próprios Estados Unidos enfrentariam consequências negativas, com uma estimada queda de 0,37% no seu PIB. A medida, portanto, não apenas prejudica o Brasil, mas acarreta um efeito dominó na economia global.









