Entre 1º de janeiro e 9 de junho deste ano, a Bahia registrou 5.007 casos de Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG), condição que representa a forma mais severa de infecções respiratórias como Covid-19, Influenza e resfriados comuns. Até o dia 3 de maio, o estado havia contabilizado 123 óbitos relacionados à síndrome — uma média de pelo menos uma morte por dia. O número, no entanto, continuou a crescer e chegou a 191, de acordo com o boletim epidemiológico mais recente divulgado pela Secretaria de Saúde da Bahia (Sesab).
A principal causa dos quadros de SRAG no estado é o rinovírus, responsável por 53,5% dos casos registrados. Embora seja comumente associado a resfriados leves, esse vírus tem mostrado potencial de provocar complicações mais sérias, especialmente em populações vulneráveis. O aumento expressivo de casos e óbitos acende um alerta para a necessidade de medidas preventivas mais rigorosas e acompanhamento médico rápido diante dos primeiros sintomas.
O rinovírus é conhecido por ser o agente causador da maioria dos resfriados comuns e possui mais de 100 subtipos diferentes, o que dificulta a criação de vacinas eficazes. Apesar de sua característica geralmente benigna, ele pode representar um risco elevado para crianças, idosos e pessoas com comorbidades, grupos que costumam apresentar maior fragilidade imunológica frente a infecções respiratórias.
A infectologista Clarissa Cerqueira destaca que, embora muitos casos de SRAG estejam ligados à Influenza, o rinovírus também pode evoluir para quadros graves. “O rinovírus normalmente provoca resfriados leves, mas em crianças e idosos pode se agravar rapidamente. Esses grupos precisam de atenção redobrada, pois a evolução para a síndrome respiratória aguda grave pode ser silenciosa e rápida”, alerta a médica.
